quarta-feira, 1 de junho de 2016

TCHAU ÁSIA

Noventa dias de estrada... sete países novos... 26 cidades diferentes... e muita coisa rolou por aqui! Não tenho adjetivo pra qualificar esse mochilão até agora. É mais que extraordinário... É mais que maravilhoso... É mais que tudo! É, com certeza, inesquecível! Não tenho adjetivo pra qualificar a viagem, mas tenho um sentimento. Sabe quando você se realiza só porque foi capaz de encarar seus medos? Isso é o que a Ásia representa pra mim! A Ásia é um mundo de possibilidades de pensar fora da caixa, de abrir a mente, de enxergar que existem outras visões e pontos de vista, de aprender a viver um dia de cada vez, simplesmente porque você resolveu se entregar pro Novo e para as incertezas que o Universo trás. Isso tudo te dá uma sensação imensa de liberdade e de coragem pra viver a vida de peito aberto, sem medo dos obstáculos!

Finalizando minha visita ao continente asiático, passei por Laos e Myanmar. Fiquei apaixonada por Luang Prabang em Laos. É tipo cidade do interior, aconchegante e charmosa. Gostei das pessoas, da comida, de conhecer o principal rio de Laos (o Mekong), de conhecer Kuang Si Waterfall, de ver o ritual de Alms Ginving que os monges fazem ao amanhecer e do clima (que melhorou consideravelmente). Já em Myanmar não tive uma impressão muito boa de início. Achei as pessoas mais fechadas, a infraestrutura é precária e não estava muito feliz. Bem da verdade, confesso que já estava um pouco cansada da Ásia. Não aguentava mais ver um templo ou uma pagoda na minha frente.... rsss...   Já estava uma turista bem chata que não quer ver mais nada, nem tirar fotos, nem comprar nada, nem passear mais. Mas com o tempo fui melhorando e descobrindo que o birmanês é um povo tão simpático quanto os dos países vizinhos. Tive experiências bem legais por aqui. Uma delas foi encarar meu medo de andar de moto!

Há uns dias estavam imaginando como seria legal eu alugar uma moto e andar por esses lugares que passei. De certa forma, a moto te dá uma mobilidade maior que os outros meios de transporte não dão. Daí comecei um diálogo comigo mesma: “Vou voltar pro Brasil e vou aprender a andar de moto. Mas peraí gracinha, você tem medo de moto, lembra? Ah é, então melhor deixar pra lá. Mas que seria o supra sumo da sensação de liberdade, ah isso seria...” E pronto! Parei de pensar nisso, maaaaassssss..... Meu primeiro dia em Mandalay (Myanmar) cheguei no hotel, deixei minhas coisas e fui andar na rua. Não tinha nem chegado na esquina do hotel, um cara me parou e perguntou se eu queria carona pra ir pro lugar que eu estava indo. Não sei porque (na verdade sei sim, foi armação do Universo) parei pra dar atenção pra ele, porque geralmente ando nas ruas com meu mantra ligado: “No, thank you! No, thank you! No, thank you!” Respondo isso pra qualquer pessoa que tenta me oferecer um passeio, uma roupa, um souvenir, uma comida, ou qualquer coisa nas ruas.

Tentei me livrar do cara dizendo que não sabia pra onde eu ia, que estava andando só pra conhecer a cidade, que só estava procurando um SIM Card pra comprar. Então ele me mostrou uma loja que tinha o chip, fui lá e comprei (com a ajuda dele como tradutor). E ele me convenceu a ir ver o pôr-do-sol num lugar que, segundo ele, era imperdível (e era mesmo). Ok, combinei o preço e quando me dei conta, o transporte dele era o que? Uma moto! As sinapses do meu cérebro falharam no momento que ele falou MOTORCYCLE (eu imaginei que era TUK-TUK). E agora? Tentei cancelar o combinado, né? O medo nessa hora estava gritando na minha cabeça: “Você não vai andar de moto com um cara desconhecido né!?”  Ledo engano; peguei meu medo de andar de moto e levei ele pra passear... de moto, é claro! Nos primeiros minutos eu queria morrer! Imaginei as maiores tragédias que poderiam acontecer (e olha que sou boa nisso; poderia escrever novela mexicana). Estava quase tendo tendinite por causa da força que eu segurava no banco da moto. Depois fui relaxando, fui curtindo. Curti tanto que fechei o passeio com o mesmo cara no dia seguinte. J E em Bagan (Myanmar também) aluguei uma vespinha pra explorar a cidade sozinha. E posso dizer que realmente foi o supra sumo da sensação de liberdade andar de moto explorando um lugar novo. Valeu Uni!

E foram assim esses dias... Muita aprendizagem e muita reflexão! Sem demagogia, a frase que mais tenho dito ultimamente é: Obrigado Senhor! e suas variações: Valeu Uni, Hi5 Deus! Quando estamos numa situação como esta, de viajar para lugares desconhecidos e de culturas e povos diferentes de tudo que você já viu na vida, percebemos o quanto somos abençoados e protegidos. Desde as menores coisas, como a sopa que está quentinha, o chuveiro do hotel que é o melhor conforto depois de uma longa viagem, até as maiores coisas como sua mala não ser extraviada, não perder o voo, não perder seu passaporte e seu dinheiro, ou simplesmente estar viva e com saúde para aproveitar tudo isso!  Ah, sem falar, no abraço inesperado que você recebe do cara que carregou sua mala no hotel, só porque ele viu escrito na sua testa que você não estava bem aquele dia e precisava de um conforto (isso só podia ser na Tailândia - já falei que eles são o povo mais receptivo do Planeta?). É, só tenho a agradecer! Valeu Uni!

Vista de Luang Prabang

Passeio no Mekong

Visita à caverna em Luang Prabang

Kuang Si Waterfall - encantada com tanta beleza

Adorei os monges de Myanmar

Passeando de moto em Mandalay

Pôr do Sol incrível em Bagan

Templos em Bagan

Budas em Old Bagan

Old Bagan

Passeio de barco em Inle Lake

Pescadores em Inle Lake

Passeio de barco em Inle Lake

Outro pôr do Sol incrível. Obrigada Senhor!



2 comentários:

  1. Que delicia seu relato, Patty! Só não me peça pra andar de moto contigo, ok? Do jeito que vc dirige carro, não quero nem ver moto...kkkkkk!

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    1. Kkķkkk... sorte a minha que em Bagan tava quase deserto, sem trânsito... :)

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