domingo, 3 de abril de 2016

MENOS BUZINA, POR FAVOR

Achei que eu estivesse acostumada com o fom-fom da buzinação daqui, mas percebi que não. Socoooroooo!!!! Pra que tudo isso, minha gente? Isso estressa qualquer professora de Yoga! Só não estressa os indianos, porque apesar da poluição sonora eles são tranquilos, não xingam no trânsito, não brigam, não vimos batidas de carro... Enfim, um povo muito sossegado!

Delhi é uma cidade grande como outra qualquer. Tem seus problemas caóticos inerentes a uma população de 16,3 milhões de pessoas, mas não tenho do que reclamar (a não ser a poluição sonora). Me senti em casa, a vegetação é muita parecida com o cerrado brasileiro (sim gente, sou engenheira florestal e não consigo não reparar na vegetação... rss). Achei maravilhoso encontrar tanta mistura de religião nas ruas. Ao mesmo tempo que tem uma igreja católica ao lado de templo budista, tem um templo hindu convivendo tranquilamente ao lado de uma mesquita mulçumana. E assim é a mãe Índia, acolhendo tudo e todos!

No primeiro dia de passeio, fomos nos aventurar e andar de metrô. Não sabíamos, até então, que tinha vagão só pra mulheres e fomos no comum mesmo... era hora do rush. Sabe aquelas cenas do metrô de Tóquio que tem pessoas se espremendo pra entrar e ao mesmo tempo tem pessoas se espremendo pra sair? Então, de repente me senti em Tóquio, no meio dessa multidão, sendo empurrada pra fora do vagão pelas pessoas que queriam sair, sendo que eu não queria descer naquela estação.... Foi engraçado... Eu só sabia rir, porque a pesar do que dizem sobre os indianos, não me senti assediada ou desrespeitada, nem com medo de ser assaltada. Aliás, numa outra ocasião, vi uma cena muito bacana dentro do metrô em que um homem que se levantou do banco para dar lugar para uma mulher sentar. Detalhe: essa mulher não estava grávida, não tinha criança de colo, não era idosa e tampouco tinha alguma debilidade física. Minha conclusão: ele fez isso por pura cordialidade! Daí, você pergunta: e o cheiro no vagão do metrô lotado de gente? Normal! Não é diferente de um trem lotado na Europa. Tem aqueles que esqueceram da higiene diária, mas tem aqueles que capricharam no perfume, então o aroma fica equilibrado.

E essa é a imagem que tenho dos indianos, cordiais, alegres, honestos (graças a Krishna não encontramos ninguém querendo nos passar a perna) e curiosos (assim como eu em relação aos costumes deles). Alguns têm cara de mau que assusta, mas você vai conversar com eles e logo percebe que é só a cara mesmo.... o coração é bom! Acho engraçado como algumas meninas pedem pra tirar foto comigo, como se eu fosse uma celebridade! Acho esquisita a mania que eles tem de balançar a cabeça daquele jeito peculiar (que você nunca sabe bem se é sim ou não). Acho nojenta a mania deles cuspirem no chão (quase cuspiram no meu pé... arghh!). Definitivamente indianos não sabem fazer fila (Carol até ajudou a organizar a fila do sorvete, porque tinha uma senhora idosa que ninguém respeitava). E no geral, acho os indianos muitos parecidos conosco, brasileiros. Tem alguns homens e mulheres que se colocarem roupas do nosso cotidiano, eles se passam por brasileiros fácil fácil. Até a Carol já foi confundida com indiana no aeroporto. Enfim, tudo gente como a gente!

Passamos quatro dias em Delhi, conhecemos vários lugares bacanas com um motorista de tuk-tuk que nos levou pra cima e pra baixo. Depois fomos de carro para Agra, onde ficamos metade do dia pra conhecer o Taj Mahal. Pegamos estrada de novo para dormir e conhecer Jaipur. 

O Taj Mahal é mesmo belíssimo, sem sombra de dúvida! É conhecido como uma das maiores provas de amor que o Imperador Shah Jahan fez para a Imperatriz Mumtaz Mahal quando ela morreu dando à luz ao 14° filho do casal. Hoje os dois estão enterrados lá! É um templo enorme construído de mármore branco que levou 22 anos para ficar pronto. Os detalhes talhados no mármore são de pedras preciosas e não tem nada de tinta! Mas posso dizer a verdade? Pra mim ele é bonito por fora, junto com todo o cenário do jardim. Por dentro não tem muito a ser visto e fomos num dia muito cheio e muito quente. As entradas e saídas são estreitas, fica abafado lá dentro de tanta gente... e indiano gosta de empurrar as pessoas, sabe? Outra coisa: ouvindo o guia falar sobre a história do Taj, na minha humilde opinião, o local é uma prova de amor ao ego do próprio rei que o construiu. Uma forma de mostrar o poder e a fortuna dele. O nome do Imperador significa Rei do Mundo (daí você tira o porquê da minha conclusão). Mas sim, ele amava de verdade a esposa dele. Anyway, vale o passeio!

Daí fomos para Jaipur, the pink city - a cidade rosa!!! Em 1876 o marajá que comandava a cidade mandou pinta-la dessa cor para a visita do príncipe de Gales. Visitamos palácios lindos que eram, e ainda são, usados pela família real, os Marajás. Além disso, assistimos a um espetáculo de música típica do Rajastão (estado onde fica a cidade) e ficamos no melhor hotel da viagem, até agora! O dono é um indiano que resolveu abrir a casa dele para turistas (a mesma casa em que ele nasceu). Cabem só 20 hóspedes, é bastante confortável e os funcionários são super prestativos e fazem o melhor café da manhã regional que duas turistas (cansadas de comerem massala) podem desejar. 

Dá o play e sente o drama da buzinação

Metrô em Delhi

Índia Gate

Parlamento Indiano

Mausoléu que inspirou o Taj Mahal

Templo em forma de Lótus

Artesão local

Criança com os olhos pintados com kajal 

Memorial do Gandhi

Fazendo amigos 

 
Taj Mahal

Detalhes do Taj

Um comentário:

  1. Sister so lembrei da gente no metro em Roma! Hahahhaha. Igualzinho esse ai

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